Passarinha
A tradição oral é um arquivo de um povo. Uma memória colectiva que está sempre a ser actualizada quando passada de geração em geração perpetuando as tradições mais remotas.
Comummente chamada de Passarinha (Halcyon leucocephala) esta espécie de guarda rios, endémica de cabo verde, marca presença nas ilhas de Santiago, Fogo e Brava.
A presença desta invulgar ave não passa despercebida a quem passa.
O escritor Pedro Cardoso (Fogo, 1883) sob o pseudónimo Afro, publicou o poema “A Morna”
(A Voz de Cabo Verde, 4 de maio de 1914), onde inclui duas estrofes dedicados á Passarinha.
[…] Ó passadinha di pena azul!
Impresta-m’ bu pena co bu tintero
Pa m’ fazê um carta pa nha [ilegível]
Pa mode êl ba, êl ca dispidi”[…]
Uma nota no fim do poema reforça a importância do registo escrito, o mais fiel possível à espontaneidade popular, da oralidade para a passagem das tradições de geração em geração.
“reproduzo a canção tal e qual a ouvi, ai!
Quantos anos já lá vão!
– a uma camponesa da minha terra: cantava na música do «Perdão, Emília»”
“Os versos são mancos e brancos. Não os corrigi, porém, para não tirar à canção a sua espontaneidade e sabor populares. Assim a arquivei no meu poemeto, onde – ciclo contemporâneo – outros espécimes do folklore cabo-verdiano se reproduzem. A.”
Ficha Técnica
Objecto Decorativo
Material: Madeira Faia
Acabamento: Lixado e Versão Pintada
Cor: Azul, Vermelho, Preto e Branco
Dimensão: 0.19x0.08x0.03 m
Autoras: Grace Ribeiro e Lara Plácido
Artesãos: Zelino