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Casalata - Educação  Urbana e Ambiental {2013}   
http://casalataprojecto.blogspot.pt

 

                                                                                                    

O projecto de investigação CASALATA iniciou com uma curta-metragem realizada no âmbito da pós-graduação de cinema no  M_EIA - Instituto Internacional de Arte, Tecnologias e Cultura, em Mindelo – Cabo Verde.
Debruçada na problemática do défice habitacional e nas carências dos bairros espontâneos de lata, o projecto evoluiu para uma estratégia arquitectónica viável, com capacidade de acção imediata no panorama da escassez de habitação em Cabo Verde.

 

 

Contexto

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Cabo Verde apresenta um crescimento económico assinalável nos últimos anos que traduz em grande parte a forte aposta no sector turístico e imobiliário. Verifica-se, no entanto, um desenvolvimento acima de tudo quantitativo e não qualitativo. O padrão de crescimento turístico/urbano caboverdiano baseia-se no modelo aplicado na costa mediterrânea europeia, que outrora atingiu o auge e actualmente sofre um declínio acentuado, reflectindo o crescimento abrupto insustentável, a ausência de qualidade das construções e do planeamento urbano. O turismo de massas e a super-urbanização crescem desenfreados sem respeitar o património material e imaterial local. Se por um lado este desenvolvimento estimula o processo migratório para as grandes cidades, por outro as novas infra-estruturas estrangulam o contacto com a realidade exterior às mesmas. Esta relação promiscua reprime o desenvolvimento socioeconómico, aumentando as desigualdades sociais da cidade e reforçando assimetrias territoriais.
Praia e Mindelo são as cidades caboverdianas que apresentam o maior défice habitacional.
O elevado custo da construção, a inflação na habitação e nos terrenos destinados ao mesmo uso, paralelamente com o desemprego existente, impossibilitam a compra ou arrendamento de uma casa, incitando o aumento da construção ilegal, na maioria das vezes, a única opção das famílias carenciadas terem um abrigo para [sobre]viver.


Será esta ilegalidade crime?

 

Os aglomerados de casas clandestinas expandem-se nas periferias das cidades, desenvolvendo uma nova urbanidade sem regra, baseada na auto-construção. O nível económico-social vivenciado nestes bairros transforma-os numa espécie de ilha, ​marcada pela inexistência de condições de habitabilidade das construções, pela insalubridade dos espaços, por uma inexistência de infra-estruturas e serviços e pela falta de segurança. Estas Ilhas insustentáveis irão ampliar os níveis de degradação com a sobrelotação prevista do espaço.

 

 

 

O que hoje já são considerados contextos desumanos, num futuro próximo poderão deteriorar-se. Intrinsecamente ligados, a economia e o aumento demográfico estimulam o crescimento espontâneo destas novas urbanidades, vincando a fractura social, fragilizando a estrutura dos países com défice de habitação, neste caso concreto, em Cabo Verde.O acesso à habitação digna e ao planeamento sustentável são, assim, fundamentais para combater a pobreza e a exclusão social.
 


Objectivos

O problema da falta de habitação não se irá resolver de um dia para o outro, as famílias alojadas nas casas de lata continuarão a viver em condições desumanas por tempo indeterminado mesmo que todos os esforços governamentais se concentrem nesta problemática.
Este projecto tem como objectivo primordial melhorar as condições de habitabilidade das famílias mais desfavorecidas tal como um planeamento urbano, capaz de facultar uma vida mais digna.

A realização da curta-metragem CASALATA proporcionou-nos um contacto profundo com a dura realidade enfrentada pelos moradores das casas de lata/tambor. As condições desumanas encontradas nestes espaços, intensificada pela marginalidade sentida por quem não tem outra opção e vive na ilegalidade, levou a estruturar uma linha de acção dividida em três momentos:

· Num primeiro momento, o objectivo é efectuar um levantamento dos métodos construtivos e da organização social deste processo urbano e enumerar os aspectos positivos encontrados, reutilizá-los como uma ferramenta válida na evolução do projecto de habitação social.

·  Num segundo momento, depois do levantamento realizado, sugerir pequenas intervenções económicas que irão asegurar melhores condições de vida às famílias. Questões como o conforto térmico, ventilação dos compartimentos e iluminação dos mesmos podem ser significativamente mais eficazes. 

 

· No terceiro momento, desenvolver um projecto de habitação social sustentado pelo conhecimento retido ao longo deste caminho. Este terá como estrutura base estratégias bioclimáticas e a educação habitacional e urbana,  que consideramos indispensáveis para o desenvolvimento sustentável de Cabo Verde.

 

 

 

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